UMA REDE NO AR - Os fios invisíveis da opressão em Avalovara, de Osman Lins
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O Enterro de Natividade Preliminarmente, destacamos os fragmentos que dizem respeito a uma personagem secundária, talvez figurante, chamada Natividade e os relacionamos a frases impressas em itálico no romance que pareceram ser manchetes jornalísticas do período. Posteriormente foi feita uma busca nos jornais para cotejar essas frases com os acontecimentos históricos.
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Você está em Leitura por rotas » Representação dos oprimidos [T5]
Ouço (na estrada?) sons precipitados, cruzados, rodas e eixos, uma estrutura pesada desmembrando-se. O álbum estremece em minhas mãos. Movimento algum na estrada: a mesma paz. Mas Cecília, a que não tem medo de leões - as grades e a sombra vertical das grades barrando seu vestido amarelo -, abre o portão. Inicia, abrindo-o, uma frase metálica: o tilintar da pulseira no antebraço frágil, com pequenos astros e moedinhas de ouro, o ranger do ferro nos gonzos não lubrificados, o badalo de bronze na campainha de cobre, suspensa de um arco flexível de aço. Cai a aldrava no encaixe, pesada. O mesmo ruído, o mesmo, de uma jaula cerrando-se. Cecília, a Madona dos leões?
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