UMA REDE NO AR - Os fios invisíveis da opressão em Avalovara, de Osman Lins

Leitura por rotas: são incursões no romance, mediadas pela leitura dos pesquisadores e concretizadas no dispositivo hipertextual criado. As rotas estruturam e tornam visíveis as articulações que se apresentam diluídas em fragmentos textuais do romance. Para a determinação das rotas, consideramos a possibilidade de navegação por rotas lexicais e unidades temáticas.

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Seu criador, Julius Heckethorn, matemático, cravista e grande conhecedor de Mozart, descende em linha indireta, segundo informações acreditadas, daquele Charles William Heckethorn que publica em Londres, ao expirar o século XIX, um volume in-octavo altamente especializado: The Printers of Basle in the XV and X VIth centuries, their biographies, printed books and devises.

O pai de Julius conhece a jovem Erika, filha mais nova dos Haebler, de Lübeck, em uma viagem de negócios. Casa-se com ela e se transfere para a Alemanha, onde abre uma oficina para a confecção de jóias. Supõe-se haver desistido da cidadania inglesa; de qualquer modo, tudo faz crer que jamais voltasse a atravessar a Mancha. Julius, nascido em 1908, filho prematuro e único da sua união com Erika Haebler, é ainda uma criança quando ele realiza o desígnio secreto da sua vida: adquirir, na Floresta Negra, região conhecida desde o século XVI pela sua evidência como centro relojoeiro e que o industrial A. Junghans revoluciona após a guerra de 1870 com a instalação de sua fábrica onde a contribuição artesanal é reduzida praticamente a zero, uma oficina especializada em mecanismos de som para relógios de qualquer espécie. Assim, os primeiros anos de Julius Heckethorn passam-se entre carrilhões que soam dia e noite.

Pode-se imaginar que os seus sonhos sejam atravessados por um contínuo bater de horas.

O avô, buscando compensar esse desejo, contrata um professor de música. Ignora-se quem sugeriu o cravo, instrumento no qual Julius, sem chegar a ser um mestre, vem a tornar-se bem mais que um simples amador.

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