Na Analogia Simbólica estão os casos de imitação
mais abstratos que não correspondem a fidelidade
das formas nem necessariamente das funções, em que
os artefatos produzidos possuem correspondência com
aspectos da estrutura natural analisada com certo grau
de abstração inerente das interpretações autorais.
Um
exemplo expressivo deste tipo de Analogia são as excêntricas
e orgânicas construções do arquiteto espanhol
Antoni Gaudí, com predominância por uma arquitetura
biomórfica, cheia de curvas e contracurvas, onde elementos
da natureza são desenhados em vários detalhes.
Experimentando formas e materiais novos, se dedicou à
cada esquina e a cada pormenor numa organicidade que
acabou por caracterizá-lo.
Em sua
obra da igreja Sagrada Família em Barcelona, Gaudí confere torsões parabólicas à fachada,
fazendo uso de hipérboles e espirais em várias partes
da construção, preenchendo a obra de motivos vegetais
destacando a sua atitude naturalista e orgânica, num contrassenso
da arquitetura gótica da época, em que para
ele, as linhas retas não refletiam as leis da natureza com
suas formas curvas.
Percebe-se o “espírito
natural” de Gaudí através da disposição das folhas, caules,
raízes das plantas, e também nas pétalas das flores desta
igreja, onde as particularidades remetem para uma floresta
ou mundo subaquático, apresentando no interior, um
aspecto panorâmico de bosque encantado, onde os jogos
de luzes e os estreitos pilares densificam essa atmosfera,
tendo as torres principais visíveis na fachada inspiradas
pela planta Sedum Sediforme, pontuadas por pináculos
ou flores.
Além da Sagrada Família, também
pode-se cita outros exemplos desse tipo de Analogia, reflexos do
olhar cheio de simbolismo de Gaudí, nas varandas do La
Pedrera Casa Milá, com delicadas folhas ornamentadas;
no Parque Güell, com elementos biomorfos, tais como os
répteis e/ou dragões; na Casa Batlló, coberta de “escamas”, etc. Todas estas, obras artísticas com espaços cavernosos,
cores, texturas e uma luminosidade tão peculiar, cuja forma
resultante refletem a tradução pura da interpretação
pessoal de Gaudí da sua visão de natureza.