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Smart Cities

Em geral, as cidades que são consideradas Smart Cities adotam soluções inovadoras e sustentáveis para melhorar a vida dos cidadãos. Como exemplos destas soluções pode-se citar os sistemas de monitoramento e controle do transporte coletivo, vagas em estacionamento, câmeras de segurança, semáforos, iluminação pública, poluição, etc. Estas cidades utilizam dispositivos inteligentes de baixo custo, chamados de sensores e atuadores, para capturar dados de fontes heterogêneas da cidade para a tomada de decisões das mais diversas ordens.

Para Caragliu et al. (2009), uma cidade é definida como inteligente quando os investimentos em capital humano, social, infraestrutura, comunicação, qualidade de vida, gestão dos recursos naturais, desenvolvimento econômico sustentável, etc., ocorrem por meio da ação participativa e engajada dos cidadãos. O conceito está relacionado a eficiência na gestão pública e no uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) integradas com a participação dos cidadãos, acarretando em um novo tipo de governança que exige uma participação ativa dos cidadãos nas políticas públicas.

Para Neirotti et al. (2014), existem indicadores de ações (categorias) para implementação de uma cidade inteligente. Ressalta-se que estes indicadores não configuram uma unanimidade entre os atores estatais (Governo), como os políticos eleitos e os servidores públicos e atores privados que fazem parte da sociedade civil. Existem outros indicadores que foram concebidos e que são adotados. Entretanto, eles não apresentam grande discrepância daquele que estamos abordando.


Indicadores de ações para implementação de uma Smart Cities


Abaixo, apresenta-se as categorias e subcategorias propostas por Neirotti, com uma breve descrição de cada uma delas.

Smart Grids

São redes de energia inteligentes, capazes de levar em conta os comportamentos de todos os usuários conectados a fim de empregar fontes sustentáveis, econômicas e seguras de energia elétrica. As redes inteligentes devem ser autossuficientes e resistente a anomalias do sistema.

Iluminação pública

Iluminação de espaços públicos com lâmpadas de rua que oferecem diferentes funções, tais como o controle da poluição do ar e conectividade  Wi-Fi  gratuito.  Sistemas  de  gestão  centralizada  que  se comunicam diretamente com os postes de  luz  pode  permitir  a  redução  dos custos de manutenção e operação, análise de informações em tempo  real sobre as condições meteorológicas e, consequentemente, regulagem da intensidade da luz , por meio da tecnologia LED.

Energia renovável

Exploração dos recursos naturais que são regenerativos ou inesgotáveis, como calor, água (rios e mares) e energia eólica.

Gestão de resíduos

Coleta de gestão de resíduos, reciclagem e eliminação dos resíduos de forma a evitar os impactos negativos de uma gestão de resíduos incorreta sobre as pessoas e meio ambiente.

Gestão da água

Analisar a gestão da água e gestão da quantidade e qualidade da água ao longo das fases do ciclo hidrológico e , em particular, quando a água é utilizada para fins agrícolas , municipais e industriais.

Alimentação e agricultura

Redes de sensores sem fio para gerenciar as culturas e conhecer as condições em que as plantas estão crescendo . Através da combinação de sensores de umidade , temperatura e luz o risco de geada podem ser reduzidos e doenças de plantas possíveis ou requisitos de rega com base na umidade do solo pode ser detectado.

     

Logística da cidade

Melhorar fluxos logísticos nas cidades, integrando efetivamente as necessidades do negócio com as condições de tráfego, geográfica e questões ambientais.

Informações de mobilidade

Distribuição e utilização de informações selecionadas e dinâmicas dos diferentes   modais,   tanto   préviagem   e,   mais   importante,   durante   a viagem, com o objetivo de melhorar o tráfego e a eficiência de transporte assegurando uma experiência de viagem de alta qualidade.

Mobilidade de pessoas

Formas inovadoras e sustentáveis de transporte de pessoas nas cidades, tais como o desenvolvimento de modos de transporte público e veículos com   base   em   combustíveis   eco-friendly   e   sistemas   de   propulsão, apoiados por tecnologias avançadas e comportamentos dos cidadãos proativos.

     

Gestão de instalação

Limpeza e gerenciamento de instalações, manutenção, propriedade, locação, tecnologia e modos de operação associados com instalações em áreas urbanas serviços de construção.

Serviços

Vários sistemas existentes num edifício, como redes elétricas,  elevadores, segurança contra incêndio, telecomunicações, processamento de dados e sistemas de abastecimento de água. Sistemas baseados em computador para controlar o equipamento elétrico e mecânico de um edifício.

Qualidade da edificação

Aspectos relacionados à qualidade de vida em um  edifício residencial, tais como conforto, iluminação e aquecimento, ventilação e ar condicionado. Ele inclui tudo o que corresponde ao nível de satisfação das pessoas que vivem em relação ao imóvel.

     

Entretenimento

Os modos de fomentar o turismo e a prestação de informações sobre eventos de entretenimento e propostas para o tempo livre e vida noturna.

Hospitalidade

Capacidade de uma cidade para acomodar os estudantes estrangeiros, turistas e outras pessoas não residentes, oferecendo soluções adequadas às suas necessidades.

Controle de poluição

Controlar emissões e efluentes por meio de diferentes tipos de dispositivos. Estimulando as decisões para melhorar a qualidade do ar, da água e no ambiente em geral.

Segurança pública

Proteger os cidadãos e os seus bens através do envolvimento ativo das organizações locais públicos, a polícia e os próprios cidadãos. Coleta e monitoramento de informações para a prevenção do crime.

Saúde

Prevenção, diagnóstico e tratamento da doença suportada pelas TIC. Garantir instalações e serviços eficientes no sistema de saúde

Bem estar e inclusão social

Melhorar a qualidade de vida, estimulando a aprendizagem e a participação social, com especial referência a categorias específicas de cidadãos, como o mais velho e deficientes.

Cultura

Facilitar a difusão de informações sobre as atividades culturais e de motivar as pessoas a se envolver nas atividades e projetos.

     

E‐government

Digitalização da administração pública através da gestão de documentos e procedimentos, através de ferramentas de TIC, a fim de otimizar o trabalho e oferecer serviços rápidos e novos para os cidadãos.

E‐democracia

Utilizar sistemas inovadores de TIC para apoiar a votação/eleição

Aquisição

Permitir que o setor público melhore os procedimentos de aquisição e gestão de contratos associados, com a finalidade de assegurar o melhor valor monetário (custo-benefício), sem diminuir a qualidade.

Transparência

Facilitar o acesso dos cidadão aos documentos oficiais, bem como a participação nos processos de decisão de um município. Diminuir a possibilidade das autoridades de tirar proveito do sistema para seus próprios interesses ou ocultar informações relevantes.

     

Inovação e empreendedorismo

Medidas para promover os sistemas de inovação e empreendedorismo no ecossistema urbano (por exemplo, presença de incubadoras locais, novos ambientes de negócios, startups, serviços financeiros, economia criativa).

Gestão do patrimônio cultural

O uso de sistemas de TIC (por exemplo, tecnologias de realidade aumentada) para a entrega de nova experiência do cliente em apreciar o patrimônio cultural da cidade. Uso de sistemas de informação de gestão de ativos para lidar com a manutenção de prédios históricos.

Educação digital

O uso extensivo de ferramentas modernas de TIC (por exemplo, quadros interativos, sistemas de elearning) em escolas públicas.

Gestão do capital humano

Políticas para melhorar o investimento em capital humano com a finalidade de atrair e reter novos talentos.

 


Brasil e as Smart Cities

No Brasil, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) lançou em 2018 uma cartilha para as cidades inteligentes. O documento sintetiza aprendizados do estudo Internet das Coisas: Um Plano de Ação para o Brasil e documentos de outras instituições, e busca oferecer recomendações para gestores públicos interessados em incorporar soluções de IoT.

A cartilha apregoa a aplicação da Internet das Coisas (IoT) para a melhoria da qualidade de vida nas cidades. O documento considera que a IoT pode trazer inúmeros benefícios aos cidadãos e à gestão pública, seja na área de transporte, segurança, eficiência energética, entre outras. A IoT pode, por exemplo, viabilizar o monitoramento em tempo real dos movimentos na cidade, o que permite fundamentar de maneira mais concreta o desenvolvimento de políticas públicas, com base em maior quantidade de dados. Também aborda projetos de IoT existentes no Brasil.

Saiba mais em: https://www.bndes.gov.br



Bibliografia

CARAGLIU, A.; DEL BO, C.; NIJKAMP, P. Smart cities in Europe. 3rd Central European Conference in Regional Science – CERS, 2009.

NEIROTTI, P; DE MARCO, A.; CAGLIANO, A.C.; MANGANO, G.; SCORRANO, F. Current trends in Smart City initiatives: some stylised facts. In: CITIES, vol. 38, pp. 25-36, 2004. ISSN 0264-2751.

 

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