nadando descoberto, exato. Foi o menino quem me mostrou E chamou minha atenção para o mato da beira em pé paredão, feito à régua regulado. -"As flores:.." - ele prezou. No alto eram muitas flores, subitamente vermelhas de olho-de-boi e de outras trepadeiras, e as roxas, do mucunã que é um feijão bravo; porque se estava no mês de maio, digo -tempo de comprar arroz, quem não pôde plantar. Um pássaro cantou. Nhambú? E periquitos, bandos, passavam voando por cima de nós. Não me esqueci de nada, o senhor vê. Aquele menino, como eu ia poder deslembrar? Um papagaio vermelho: -"Arara for?" -ele me disse. E - quê-quê-quê? -o araçarí perguntava. ele, o menino, era dessemelhante, já disse, não dava minúcia de pessoa outra nenhuma. Comparável um suave de ser, mas asseado e forte -assim se fosse um cheiro bom sem cheiro nenhum sensível - o senhor represente. As roupas mesmas não tinham: nódoa nem amarrotado nenhum, não fuxicavam. A bem dizer, ele pouco falasse. Se via que estava apreciando o ar do tempo, calado e sabido, e tudo nele era segurança em si, Eu queria que ele gostasse de mim.
Mas, com pouco, chegávamos no do-Chico. O senhor surja: é de repentemente, aquela terrível água de largura: imensidade. Medo maior que se tem, é de vir canoando num ribeirãozinho, e dar, sem espera, no corpo dum rio grande. Até pelo mudar. A feiúra com que o São Francisco puxa, se moendo todo barrento vermelho, recebe para si o de-Janeiro, quase só um rego verde só. -"Daqui vamos voltar?" -eu pedi, ansiado. O menino não me olhou - porque já tinha estado me olhando, como estava. -"Para que ?" -ele simples perguntou, em descanso de paz. O canoeiro, que remava, em pé, foi quem se riu, decerto de mim. Aí o menino mesmo se sorriu, sem malícia e sem bondade. Não piscava os olhos. O canoeiro, sem seguir resolução, varejava ali, na barra, entre duas águas, menos fundas, brincando de rodar mansinho, com a canoa passeada. Depois, foi entrando no do-Chico, na beirada, para O rumo de acima. Eu me apeguei de olhar o mato da margem. Beiras sem praia, tristes, tudo parecendo meio podre, a deixa, lameada ainda da cheia derradeira, o senhor sabe: quando o do-Chico sobe os seis ou os onze metros. E se deu que o remador encostou quase a canoa nas canaranas, e se curvou, queria quebrar um galho de maracujá? O mato. Com o mau jeito, a canoa desconversou, o menino também tinha se levantado. Eu disse um grito. -"Tem nada não..." -ele falou, até meigo muito. -"Mas,