Aleixo

Conto, contei, contar, narrar

Jazevedão

Mire, veja, senhor

Nhorinhá

O diabo, capiroto, que-diga, demo

O julgamento

O menino

O pacto

Pedro Pindó

que viaja diverso caminhar. Ao que? Não me dê, dês. Mais hoje, mais amanhã, quer ver que o senhor põe uma resposta. Assim, o senhor já me compraz. Agora, pelo jeito de ficar calado alto, eu vejo que o senhor me divulga.

Adiante? Conto. O seguinte é simples. Minha mãe morreu -apenas a Bigrí, era como ela se chamava. Morreu, num dezembro chovedor, ai foi grande a minha tristeza. Mas uma tristeza que todos sabiam, uma tristeza do meu direito. De desde, até hoje em dia, a lembrança de minha mãe às vezes me exporta. Ela morreu, como a minha vida mudou para uma segunda parte. Amanheci mais. De herdado, fiquei com aquelas miserinhas -miséria quase inocente -que não podia fazer questão: lá larguei a outros o pote, a bacia, as esteiras, panela, chocolateira, uma caçarola bicuda e um alguidar; somente peguei minha rede, uma imagem de santo de pau, um caneco-de-asa pintado de flores, uma fivela grande com ornados, um cobertor de baeta e minha muda de roupa. Puseram para mim tudo em trouxa, como coube na metade dum saco. Até que um vizinho caridoso cumpriu de me levar, por causa das chuvas- numa viagem durada de seis dias, para a Fazenda São Gregório, de meu padrinho Selorico Mendes, na beira da estrada boiadeira, entre o rumo do Curralinho e o do Bagre, onde as serras vão descendo. Tanto que cheguei lá, meu padrinho Selorico Mendes me aceitou com grandes bondades. Ele era rico e somítico, possuía três fazendas-de-gado. Aqui também dele foi, a maior de todas.

-"De não ter conhecido você, estes anos todos, purgo meus arrependimentos..." -foi a sincera primeira palavra que ele me disse, me olhando antes. Levei dias pensando que ele não fosse de juizo regulado. Nunca falou em minha mãe. Nas coisas de negocio e uso, no lidante, também quase não falava. Mas gostava de conversar, contava casos. Altas artes de jagunços -isso ele amava constante -histórias.

-Ah, a vida vera é outra, do cidadão do sertão. Política! Tudo política, e potentes chefias. A pena, que aqui já é terra avinda concorde, roncice de paz, e sou homem particular. Mas, adiante, por aí arriba, ainda fazendeiro graúdo se reina mandador -todos donos de agregados valentes, turmas de cabras do trabuco e na carabina escopetada! Domingos Touro, no Alambiques. Major Urbano na Macaçá, os Silva Salles na Crondeúba, no Vau-Vau dona Próspera Blaziana. Dona Adelaide no, Campo-Redondo, Simão
Avelino na Barra-da-Vaca, Mozar Vieira no São João do
Canastrão, o Coronel Camucim nos