Aleixo

Conto, contei, contar, narrar

Jazevedão

Mire, veja, senhor

Nhorinhá

O diabo, capiroto, que-diga, demo

O julgamento

O menino

O pacto

Pedro Pindó

Aí, chamaram: -"Acode, que o chefe está no fatal!" Medeiro Vaz, arquejando, cumprindo tudo. E o queixo dele não parava de mexer; grandes momentos. Demorava. E deu a panca, troz-troz forte, como de propósito: uma chuva de arrobas de peso. Era quase sonoite. Reunidos em volta, ajoelhados, a gente segurava uns couros abertos, para proteger a morte dele. Medeiro Vaz -o rei dos gerais -; como era que um daquele podia se acabar?! A água caía, às despejadas, escorria nas caras da gente, em fios pingos. Debruçando por debaixo dos couros, podia-se ver o fim que a alma obtém do corpo. E Medeiro Vaz, se governando mesmo no remar a agonia, travou com esforço o ronco que puxava gosma de sua goela, e gaguejou: -"Quem vai ficar em meu lugar? Quem capitanêia?..."Com a estrampeação da chuva, os poucos ouviram. Ele só falava por pedacinhos de palavras. Mas eu vi que o olhar dele esbarrava em mim, e me escolhia. Ele avermelhava os olhos? Mas com o cirro e o vidrento. Coração me apertou estreito. Eu não queria ser chefe! "Quem capitanêia..." Vi meu nome no lume dele. E ele quis levantar a mão para me apontar. As veias da mão...Com que luz eu via? Mas não pôde. A morte pôde mais. Rolou os olhos; que ralava, no sarrido. Foi dormir em rede branca. Deu a venta.

Era seu dia de alta tarefa. Quando estiou a chuva, procuramos o que acender. Só se trouxe uma vela de carnaúba, o toco, e um brandão de tocha. Eu tinha passado por um susto. Agora, a meio a vertigem me dava, desnorteado na vontade de falar aqueles versos, como quem cantasse um coreto:

Meu boi preto mocangueiro,
árvore para te apresilhar
Palmeira que não debruça:
burití -sem entortar...

Deviam de tocar os sinos de todas as igrejas!

Cobrimos o corpo com palmas de burití novo, cortadas molhadas. Fizemos quarto, todos, até ao quebrar da barra. Os sapos gritavam latejado. O sapo-cachorro arranhou seu rouco. Alguma anta assoviava, assovio mais fino que o relincho, rincho dum poldrinho. De aurora, cavacamos uma funda cova. A terra dos gerais é boa.

Tomou-se café, e Diadorim me disse, firme: