UMA REDE NO AR - Os fios invisíveis da opressão em Avalovara, de Osman Lins

História e ficção

tema o P anteriores das características mesmas as com 12, Gemini da lançamento ao referem se que duas, outras há em R no encontram-se Todas Sodré.

“Quanto às referências a eventos sócio-políticos, representam uma intromissão deliberada do histórico no místico. E aqui sou eu que cito o meu personagem, quando diz com a ênfase que lhe é própria: Pode o espírito a tudo sobrepor-se? Posso manter-me limpo, não infeccionado, dentro das tripas do cão?” (LINS, Osman. LINS, Osman. Evangelho na taba: outros problemas inculturais brasileiros. São Paulo: Summus, l979, p.178).

Abreu e Silva Costa Congresso, Branco, Castelo envolvendo 1970, a 1964 de período do brasileiros governantes aos respeito dizem romance, itálico estão jornalísticas, manchetes frases

  • A praia de Ubatuba [R19]
  • Manchetes Jornalísticas [R13] [R17

No conjunto de 12 manchetes jornalísticas referentes ao primeiro período da ditadura militar, temos uma articulação entre opressão, criação, muitas vezes num mesmo parágrafo sem transição que advirta o leitor sobre a mudança de tema ou de sub-tema.

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Você está em Leitura por rotas » O Eclipse [R19]

Máquinas poderosas ampliam em todos os sentidos o alcance das sondagens em torno do eclipse. Instrumentos ópticos de várias procedências, instalados no mais denso ponto do oval de sombra, espreitam astros de existência duvidosa.

Uma frota de grandes aviões a jato, emissários da NASA, voando a tal altitude que confinam o imaginário, estudam os círculos solares. Sobre o Peru, a trezentos mil metros dos Andes, num espaço povoado de zurros, esturras e urros sem gargantas, astronautas da Gemini filmam o eclipse e o oval de sombra onde estamos eu e , imóveis, rindo, meio bêbados e com os braços abertos, num retângulo deserto e junto a nós a árvore, um ponto, um grão. O Nike-Apache, equipado com instrumentos eletrônicos, investiga os ventos superiores, acelerados com a sombra e o frio, e a zoologia da alta atmosfera, revelável - como, sob o reagente adequado, um desenho normalmente invisível pela contorcida e misteriosa luz do eclipse.

Sós, nesta praça revestida de pedras, quadrangular, as janelas cerradas, de pedras entre as quais o mato cresce, no centro uma árvore mais alta do que todas as casas sem beirais, uma árvore frondosa (réstias solares atravessam-na, peguenos fios recurvos sobre as pedras), entre golpes de vinho mastigamos queijo e pão, a árvore assemelha-se a um carvalho antigo, casas sem beirais, lívidas na luz crepuscular e infestada de mariposas brancas, a árvore um marco na praça, o mato cresce entre as pedras e nós bebemos vinho, sós junto à árvore, entre as mariposas, sós, no quadrado da praça, o Sol gangrenado no zênite, olhamos para a frente e para trás, nós, eu e ela, dez, fora de nós, como se aguardássemos a vinda dos nove coros de anjos, o fim do mundo, a queda das estrelas ou o início de tudo.

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